A mão-de-obra que temos a honra de poder contar tem uma ligação ancestral com a terra e as matas. É com muito orgulho que ajudamos a fortalecer a agricultura familiar no Piauí e, assim, reforçar os saberes, que passam de geração em geração. A forma de extração rudimentar e manual é passada de pais para filhos, em uma espécie de patrimônio imaterial e afetivo e que segue um ritual igualmente ancestral: a extração é feita somente no período da manhã, quando o sol castiga homem e palmeira com menor intensidade, trazendo um pouco de conforto para o trabalhador.
Com a extração realizada pela manhã, antes mesmo do almoço, as palhas são levadas para as casas dos trabalhadores, que no período da tarde, geralmente das varandas de suas residências, preparam a folhagem para secagem, em um procedimento chamado “riscagem das palhas”.
É da cultura piauiense que, depois do almoço, haja uma pequena pausa para o descanso e na sequência, já bem à vontade, de chinelo de dedo e bermuda, os trabalhadores ficam riscando as palha até o anoitecer, enquanto contam histórias e tomam uma ou outra xícara de café, juntamente com sua família e vizinhos.
100% de toda a extração que a Auge trabalha vem da Agricultura Familiar, feita de palmeiras de carnaúba que estão próximas das casas das pessoas, evitando o uso de trabalho animal.
A Auge acolheu toda esta riqueza social, elegeu algumas famílias, respeitamos a história e o contexto das pessoas que trabalham na extração das palhas de carnaúba, da mesma forma que respeitamos o meio-ambiente. Talvez seja esse o segredo do brilho no olho de todos os envolvidos no processo.